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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Foto de Rafael Nunes suscitou comoções no Facebook

Mendigo de Curitiba: Vício em crack traz prejuízos à sociabilidade


Especialista explica como uso prolongado faz dependente abandonar atividades cotidianas e pessoas em função da droga




A situação que fez o ex-modelo Rafael Nunes se tornar morador de rua em Curitiba por causa do vício em crack tem relação direta com os efeitos acarretados pelo uso prolongado da droga. Nos últimos dias, Nunes se tornou conhecido na internet por ter uma foto como mendigo
na capital paranaense postada no Facebook, suscitando uma série de comentários e comoções.

[Foto de Rafael Nunes suscitou comoções no Facebook]
Mendigo com pinta de modelo fica famoso nas redes sociais

Segundo compartilhou a irmã Rubiana Nunes no Facebook, a condição quase miserável na qual se encontra o ex-modelo foi causada por sua dependência química. Um quadro típico de vício que traz consigo prejuízos à inteligência e à sociabilidade do usuário, explica ao R7 o psiquiatra Fernando Tomita, do Hospital Santa Edwiges, em Campinas:

— Uma das características da dependência é você abrir mão das outras coisas para usar a droga. Você deixa de fazer outras atividades cotidianas para buscar e usar a substância. Começa a deslocar atividades, como trabalho e família, para se drogar. Usar a droga passa a ser mais importante do que qualquer outra coisa da vida.

O especialista lembra, no entanto, que nem todo mundo que é dependente de crack ou cocaína acaba vivendo nas ruas. Além disso, o portal do programa do governo federal Crack, é Possível Vencer explica que a droga foi inicialmente considerada “de rua”, mas hoje a realidade é outra. Se antes moradores de rua recorriam ao crack, por ser barato e inibir a fome, como medida paliativa, hoje ele se espalhou e atinge todas as camadas sociais.

Programa

Em parceria com Estados e municípios, o governo federal mantém o programa em três eixos: prevenção, cuidado e segurança. No total, estão previstos R$ 4 bilhões em recursos federais até 2014 investidos em ações que visam orientar a população, capacitar profissionais, ampliar atendimento aos usuários, além do combate ao tráfico de drogas.

Nova legislação facilitará internação de usuários de crack

Em julho, o governo do Estado do Paraná e a prefeitura de Curitiba aderiram ao programa de combate ao crack, com o intuito de aumentar a oferta de tratamento e atenção aos usuários. A previsão é que R$ 102,2 milhões sejam investidos no Estado até 2014. O objetivo é criar em dois anos mais de 828 leitos para atender usuários de drogas, construir 10 CAPSs (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) 24 horas e 10 novas unidades de acolhimento.

O crack provém da cocaína. Os cristais utilizados em cachimbos são obtidos da mistura do pó com água e bicarbonato. Mais barata que a cocaína, o crack causa maior dependência e seu efeito tem duração de 5 a 10 minutos, enquanto o da droga em pó que é inalada pode chegar a 45 minutos.

— O problema do crack é que ele vai para o cérebro muito mais rápido, tem efeito mais intenso e menos duradouro. Por isso provoca mais dependência, o que aumenta as chances problemas sociais em que as funções cotidianas são deixadas de lado em função do uso.

Pesquisa divulgada no mês passado pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) mostrou que o País tem 2,6 milhões de usuários de crack e cocaína, sendo 1,3 milhão dependente. Deste total, 78% consomem a droga em pó, cheirando-a, 22% cheiram e fumam (em forma de crack ou oxi) e 5% consomem apenas através de cachimbos.

O uso vem se disseminando no Brasil. De todas as prefeituras do País, 98% disseram ter tido contato com o crack. Em relação às principais causas de mortes entre os usuários, 57% são vítimas de homicídio, 26% morrem por Aids, 9% por overdose, 4% por hepatite e 4% por afogamento.


Fonte: R7


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Cerimônia de posse dos novos membros do Coned

Justiça empossa novos membros do Conselho sobre Drogas


Secretária Eloisa Arruda discursa durante posse dos novos membros do Coned. Secretária Eloisa Arruda discursa durante posse dos novos membros do Coned.

O auditório da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania foi palco da cerimônia que marcou a posse dos novos membros do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas (Coned), na manhã dessa quinta-feira (4). As 80 pessoas indicadas ocuparão o cargo durante um mandato de dois anos.

“Os municípios passam hoje por grandes dificuldades no enfrentamento ao abuso do álcool e outras drogas, principalmente o crack”, disse a secretária da Justiça, Eloisa Arruda. “O Coned tem também o papel de estimular a criação dos Conselhos Municipais de Políticas sobre Drogas para que juntos possam pensar em soluções para o problema".

Segundo o novo presidente do Coned, o médico psiquiatra João Maria Corrêa Filho, 117 municípios do Estado de São Paulo já possuem conselhos municipais de enfrentamento as drogas. “Hoje o problema atinge todas as classes sociais e gêneros, apesar de todas as medidas de combate ao problema”, disse. Desde os anos 80, quando o conselho foi criado, até hoje, houve uma escalada da presença das drogas em todo o Brasil.

Para o presidente, a aproximação com as comunidades terapêuticas e o incentivo a realização de pesquisas científicas na área das drogas deverão ser temas de destaque durante sua gestão.

Conselheira durante assinatura de posse.11 Conselheiro durante assinatura de posse.

O livro de posse foi assinado pelo novo presidente, por seu vice, Danilo Miyazaki, e pela secretária Eloisa Arruda, em um ato simbólico representando todos os conselheiros. Logo após a cerimônia, todos registraram sua assinatura de posse.

Criando em 1986, o Coned tem como objetivo contribuir para a elaboração da política estadual sobre drogas, estimular programas de prevenção, tratamento e de repressão ao tráfico. Cabe ao conselho, ainda, encaminhar a Secretaria da Justiça um documento anual com propostas de trabalhos para o enfrentamento das drogas, para posterior avaliação do governador do Estado



Fonte: Portal do Governo do Estado de São Paulo